quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Amor | O lado Negro

AMOR | O LADO NEGRO


Amar intensamente alguém não é como nos filmes. Todos os romances de amor eterno mostram apenas um dos lados do amor, mostram aquele lado que todos nós já sentimos num piscar de olhos. Quando amamos alguém intensamente, sentimos, durante uns segundos, as mesmas sensações dos filmes românticos. O que fazem nos filmes é transmitir, em uma hora, esses segundos intensos de paixão e felicidade. Na vida real, quem ama intensamente, sofre. O amor cega, mas também nos dá visão. Esta visão nova, é irreal, irracional, muitas vezes paranóico. Isto torna o amor tóxico. Há casos em que acontece que apenas um é toxico, no meu caso acredito que sejamos os dois. Isto porque nós dois amamos intensamente. Existe a expressão de que o amor não é suficiente. Pois eu acredito que o AMOR COMBATE TUDO. Porque amor não é racional. Amar, não é racional. Amar é entrar num campo negro, e a partir do momento em que estamos dispostos a entregar-nos, estamos a vender a alma ao diabo. Depois de a alma ser vendida, já não há volta a dar. Amar é combater tudo e todos, as nossas almas estão agora perdidas no inferno e teremos de enfrentar todos os demónios que nos aparecem no caminho. Descobrir formas e aprender a viver no inferno, tudo POR AMOR. Se nos juntarmos os dois e lutarmos juntos nesta guerra, acredito que um dia poderemos fazer do inferno o nosso lar, acabando com todos os demónios e plantando tudo a nosso gosto. Estes demónios são traumas passados, são guerras pessoais, guerras individuais… é uma grande confusão, e está quente, arde, está tudo em chamas, a vista está turva, às vezes nós confundimos-nos com os nossos demónios, às vezes olhamos um para o outro com raiva e também queremos destruir, até nos apercebermos quem somos. Cada vez que nos beijamos, o tempo pára à nossa volta. Esquecemos-nos que estamos no inferno, e acontecem os tais segundos de paixão de filmes românticos. Ninguém conta este lado negro nas histórias de amor, para cativar mais as pessoas a amar. Mas a verdade, é que amar É A TAREFA MAIS DIFÍCIL DO MUNDO. E a seguir, o mais difícil é lutar por amor, manter amor, preservar amor, conquistar todos os dias, ser desiludido, ser reconquistado… hoje em dia ninguém consegue manter uma relação, a não ser que seja uma relação cansada, sem chama, estão apenas juntos por habituação. Porque o verdadeiro amor, é uma guerra todos os dias. Amar alguém é o sentimento mais negro que experienciamos na vida, é o sentimento que mais esgota as nossas energias, mas no fim, compensa! Amar-te foi a minha melhor doença. E não quero que isto morra NUNCA. Quero beber do teu veneno, quero continuar a levar esta tareia de amor. O nosso amor não morreu, nem o matámos. O nosso amor está a ser construído, está um caos. Mas é o melhor caos que já tive na minha vida. Quando me sinto irritada, quando me sinto esgotada, quando me sinto sem forças, quando sinto que já não dá mais, é apenas mais um sinal de que é apenas um começo, mais uma guerra, mais uma luta, EU SOU UMA LUTADORA NATA, e tu também és. Vamos agarrar nas nossas armas e lutar contra o mundo em vez de nos virarmos um contra o outro. Se temos toda esta força, imagina o que conseguimos fazer juntos. Posso dizer com todas as certezas, de que nós somos do CARAÇAS, porque ambos conseguimos viver neste inferno e mesmo assim, conseguimos viver segundos de romance fantasioso. O amor é bipolar. O que nós temos é difícil, doentio, complexo, destrutivo, mas também é construtivo, mágico e único. Contigo passo os meus melhores e piores momentos. EU AMO-TE.

sábado, 8 de dezembro de 2018

Desaparecer | Morrer


DESAPARECER | MORRER

Penso várias vezes em desaparecer daqui, mas sei que mesmo o fizesse, eu iria trazer-me a mim própria comigo. Estou constantemente a querer mudar de “ares”, toda a minha vida mudei sempre de casa, de escola, de cidade e até mesmo de país. Mas nunca me senti bem estivesse onde estivesse. Como diz a música de António Variações: “Estou bem, Aonde não estou, Porque eu só quero ir, Aonde eu não vou, Porque eu só estou bem, Aonde não estou, Porque eu só quero ir, Aonde eu não vou, Porque eu só estou bem, Aonde não estou” …
Reparei que não consigo ser feliz em lado nenhum, ou com pessoa alguma. Não consigo ser feliz. E a razão de não o conseguir é porque eu não estou bem comigo própria. Odeio a minha pessoa, odeio tudo em mim. Cada vez que me olho no espelho, tenho vontade de espetar uma faca na cara e desfigurar-me. Já fiz cortes várias vezes com tesouras, x-atos e vidros, mas as feridas saram e desaparecem com o tempo. Isto seria uma maneira de me “arranjar” fisicamente, mas o interior também é podre. Tenho vontade de beber ácido para poder destruir-me por dentro. Odeio tudo em mim, eu sou um erro. E o pior é que não tenho vontade alguma de mudar. Não quero mudar porque não quero ser como todo o mundo. Mesmo se mudasse, eu seria infeliz. Não há qualquer solução para mim sem ser medicação, internamento talvez. Mas a melhor solução seria a morte. Desejo todos os dias acordar com alguma doença grave, porque eu própria sou cobarde o suficiente para não ter coragem de me matar. Mas passo dias a imaginar a minha morte, o meu funeral… como se fosse mais ou menos um plano. Já fiz várias pesquisas, já tentei ligar para uma linha de apoio à prevenção ao suicídio. Ninguém atende. Parece mais um sinal a dizer-me que não há ajuda, a vida diz-me todos os dias “mata-te”. As pessoas à minha volta iriam ficar satisfeitas pelo meu “desaparecimento”. Pois tudo o que aqui faço é destruir. Tenho pena dos meus pais quando olham para mim cheios de amor no olhar e orgulho na minha pessoa, somente porque sou filha e acreditam no melhor que há em mim, que é 0. Só que eles não veem isso. Veem apenas uma menina que é do seu sangue, tenha os defeitos que tiver, irão sempre amar-me, mesmo que fosse uma assassina. Isto irrita-me. Porque é que não veem o monstro que há em mim? Porque é que não tenho pessoas à minha volta que me incentivam a matar? Porque é que há apenas apoios à prevenção? E não ao incentivo?? Porque é que é assim tão errado uma pessoa matar-se? Mas não é errado matar outros em guerra? O que a sociedade nos ensina, é que a solução para o mal na vida, é acabando com ele. Isto é o que quero fazer comigo. Só preciso de ajuda.

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Ser um Monstro | Ser Monstruosa

SER UM MONSTRO | SER MONSTRUOSA

Conheço uma pessoa que se acha ser um monstro, ou pelo menos acredita que tem um dentro dela. Percebi que esta pessoa se sente assim porque o mundo à sua volta o faz acreditar nisto. Quando nós temos gostos peculiares, sentimo-nos únicos, diferentes e especiais. Isto até é bom e sabe bem, o problema é quando os outros não conseguem aceitar o que somos. Começa o julgamento e a crítica. As pessoas adoram apontar o dedo a tudo o que é diferente e fora do comum, e fazem isto, regularmente, para elas mesmas se sentirem melhores com elas próprias, porque lá no fundo sabem que também não são nenhuns anjos caídos do céu.
Já eu, acredito que seja uma pessoa monstruosa e não um monstro. A diferença é que as pessoas monstruosas são natas a fazer sofrer os outros, principalmente aqueles que mais nos amam e apreciam. Vou tentar explicar o porquê de ser monstruosa… 


Eu, sendo borderline (e não usando isto como um escudo ou um rótulo, uso isto mesmo como desculpa para aquilo que sou, porque no fundo é o que sou, é a minha personalidade, e por mais que tente “curar” e “controlar”, não deixa de ser a minha personalidade, não é feitio), sou viciada em emoções fortes e intensas, como uma droga qualquer. Este vício, como qualquer outro, não é saudável, leva-nos a fazer coisas inexplicáveis, sem desculpas, e claro, trás grandes consequências. Como somos viciados em sentimentos de tristeza e dor, nós tentamos provocar situações de dor e tristeza constantemente. Não sabemos o que é estar/ser feliz, isso não faz parte do nosso dicionário, mesmo que tenhamos uma vida perfeita. Perfeição é igual a tédio. Agora é claro que isto é tudo inconsciente, não é planeado! Ninguém planeia: “meh, estou aborrecida, vou bater em alguém”, não é isto que acontece. Tudo acontece naturalmente, e nós nem estamos à espera! Não temos a mínima consciência do que aí vem. Isto é auto-sabotagem inconsciente. Isto é ser monstruoso com nós próprios, e claro, com aqueles que estão à nossa volta e no nosso mundo. Todos sofrem. Então agora pensando bem, qual é a maior dor para além da nossa? é ver aquele que mais amamos a sofrer por nossa causa. Então é nisto que sou nata. Destruo vidas, corações… destruo tudo por onde passo. Sou uma pessoa monstruosa, o meu hobby é destruir o que amo. Assim eu também sofro com isso, é como se fosse 2 em 1: sofro porque quem eu amo está em sofrimento, e sofro porque quem eu amo está a sofrer pela destruição que causei. Por estes motivos, eu isolo-me e afasto todos aqueles que me amam e que eu amo, às vezes da pior maneira, mas isto porque sei que estão melhores sem mim na sua vida. Eu quase que aviso que sou monstruosa, sendo monstruosa. Porque usando apenas palavras, ninguém acredita e todos criam uma expectativa de que sou uma fofinha, até eu me revelar. já me chamaram de demónio… e tive para titular o texto como monstro | demónio, mas cheguei à conclusão que o que sou mesmo é monstruosa. Um demónio é o que é, sabe o que é, tem orgulho no que é, tem prazer no que faz. Eu não tenho prazer nenhum. Só tenho prazer em ser humilhada (literalmente), e daí, ter-me cruzado e apaixonado por alguém que se chama a si de monstro, porque este tem prazer em humilhar. É o que mereço.

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Estar Só | Sentir Só


ESTAR SÓ | SENTIR SÓ

Querer estar só e sentir-se só, são duas coisas completamente diferentes.
Querer estar só, é querer estar na sua própria companhia, aproveitando o seu tempo livre sem quaisquer distrações. Assim parece possível fazer tudo em pouco tempo. Eu adoro estar sozinha, adoro namorar-me. Gosto de chegar a casa, fazer umas pipocas e ver um filme sozinha. Quero ter tempo para ler, fazer exercício, cantar e dançar com ninguém, realmente, a ver. Quando estamos sozinhos, conseguimos tomar decisões sem opiniões, conseguimos fazer o que quisermos e quando quisermos sem ter que dar explicações. Alem disso, nunca fazemos nada por obrigação. Está tudo nas nossas mãos. E a verdadeira felicidade está em poder ser quem realmente somos sem sermos julgados. Sem etiquetas, sem aquela preocupação do que é que o outro irá pensar. Não temos de agradar ninguém a não ser a nós próprios. E isso é uma tarefa fácil quando estamos sozinhos. 
Sentir-nos sós não é carência ou querer/precisar de companhia. Sentir só, é não sentir-nos compreendidos, sentirmos-nos diferentes dos outros, sentir diferente do que é considerado normal. daí existir o desejo de querer estar só. A solidão é sentida quando estamos rodeados de pessoas e nos sentimos estranhos, desconfortáveis, diferentes, destacados, deslocados, incompreendidos… por aí fora. 
As pessoas estão constantemente a querer mudar a nossa maneira de pensar, ser, estar. Chego a pensar que eu não pertenço a este tempo, isto deixa-me desconfortável e faz-me sentir infeliz na maior parte do tempo.
As pessoas… ai, as pessoas… a sociedade… o mundo está contaminado de pessoas “normais”… cada vez sinto mais necessidade em isolar-me. 

Qualquer das formas, hoje percebi que é necessário também compreender ou tentar compreender uma pessoa “normal”. Da mesma maneira que eu gostava que me ouvissem, aceitassem e talvez compreendessem, terei eu de fazer o mesmo com esses “bichos normais”.

Quando estou sozinha, eu tenho vontade de viver! Quero fazer tudo! Cozinhar uma receita nova, ler um livro, dançar com a musica bem alta, regar as minhas plantas e cuidar delas, fazer um carinho aos nossos animais de estimação, comer sem etiquetas, cantar em voz desafinada mas bem alto e sentir-me à vontade com isso, ver desenhos animados mesmo sendo um adulto, rir de piadas próprias, ir almoçar ou jantar fora, ir ao cinema ver aquele filme que ninguém gosta, visitar uma galeria… basicamente poderia aqui fazer uma lista enorme de actividades que me apetece fazer enquanto estou sozinha. Mas o que quero dizer, é que realmente, com estas coisas, eu me sinto uma pessoa realizada e feliz, porque estou a ser apenas eu. O verdadeiro EU. 

Quando me sinto só, quero morrer. Não num sentido de “vou me matar”, mas no sentido de “porque é que eu não tive a oportunidade de decidir se queria nascer? Se tivesse tido, escolheria nunca ter existido” e o ciclo começa. A sensação de cobarde, de culpa, de raiva, de tristeza… sentir realmente de que eu sou o problema de tudo o que acontece à minha volta… ai aquele aperto no peito… sabes aquela dor? Aquela angustia? Aquele ardor no peito? Parece que o coração vai rebentar? Aquilo que nos mata por dentro mas nos dá um certo prazer porque nos faz sentir vivos??? aquelas emoções fortes que ninguém compreende!!! E o ciclo continua… as pessoas ao não compreenderem, ainda nos fazem sentir pior, sentimos-nos desvalorizados… porque “não existe motivo para estarmos assim, há pessoas piores que nós”… bla, bla, bla. O que é que nos fez sentir mal inicialmente? Falta de compreensão, como é que as pessoas reagem? Dando menos compreensão… 
E isto é um mar revoltoso. 

Voltando ao estar sozinha…
Ahhhh que alivio! Finalmente de volta à minha toca, confortável e segura. Aqui ninguém me pode fazer sentir mal. 


E esta é a diferença entre estar sozinha e sentir só.

Amor | O lado Negro

AMOR | O LADO NEGRO Amar intensamente alguém não é como nos filmes. Todos os romances de amor eterno mostram apenas um dos lados do am...